Tempo para Sentir

         Eu sempre caminho pelas ruas pensando no que vem adiante, não consigo ver tantas pessoas preocupadas com o agora, em alta velocidade, ultrapassando os sinas vermelhos para não chegarem atrasadas em seus compromissos, isso me incomoda. Onde guardam o amor que sentem pelos filhos, pais, amigos? Quando reservam tempo para algum lazer, se vivem enclausurados em seus escritórios, com seus cálculos racionais e exatos?
         Em uma manhã de domingo resolvi pedalar, esquecer um pouco do que vivemos e sonhar com um mundo diferente. Observei ruas enormes, passei por praças com fontes lindas e águas cristalinas jorrando, refletindo a luz do Sol de alguma forma que me encantava, a cada pedalada daquela manhã eu me sentia renovada.
         Parei em um parque para ver uma cena que arrancava-me sorrisos , meus olhos brilhavam ao ver uma menina linda, parecia ter uns 3 anos, era morena e tinha o cabelo cacheado que fazia movimentos de mola enquanto pulava, sorrindo para um homem velho, de cabelos grisalhos e barba longa, mais me parecia um filósofo, daqueles que estudamos e os achamos imortais. Ele mal conseguia pular com a menina, mas a felicidade que sentia era vista de longe.
         Sentei-me na grama e cansado, o velho sentou-se ao meu lado sem deixar de olhar a menina. Engraçado, o esteriótipo de filósofo revelava sua essência. Ele me cumprimentou de modo sereno me chamando de "clara como a luz do Sol", de início já me sentia bem, ao desenrolar de uma longa conversa percebi que ainda existem pessoas que valorizam a vida. Se chamava José e a pequena menina linda era Ana, estavam curtindo o final de semana juntos, José era empresário e adorava brincar com sua netinha.
        Já era tarde, saí dali aliviada, um empresário de grandes responsabilidades me ensinara a ter esperança e acreditar que na correria da vida, ainda havia lugar para o amor.

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